quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para uma Mulher recém-convertida

Para uma Mulher recém-convertida

Por: Jonathan Edwards

(Uma vez, em 1741, uma jovem senhora, que residia em Smithfield, em Connecticut, e que fizera profissão de fé havia pouco tempo, pediu que Jonathan Edwards lhe desse alguns conselhos sobre a melhor a maneira de manter sua vida religiosa. Em resposta, ele lhe escreveu a carta que se segue).

Nunca deixe de buscar, lutar e orar pelas mesmas coisas que exortamos as pessoas não convertidas a lutarem; faça-o com a mesma intensidade que o fazia quando se converteu. Ore para que os seus olhos sejam abertos; para que receba discernimento; para que conheça a si mesma e esteja ante o estrado dos pés de Deus; para que possa ver a glória de Deus e de Cristo, seja levantada dentre os mortos e tenha o amor de Cristo derramado em seu coração. Até aqueles que possuem a maioria dessas coisas também têm a necessidade de orar por elas, pois ainda resta neles muita cegueira, dureza de coração e orgulho, de modo que eles ainda precisam que Deus opere neles, para iluminá-los e vivificá-los.

Ao ouvir um sermão, ouça-o para si mesma... deixe que a principal intenção de sua mente seja considerar: "De que maneira isso se aplica a mim? E que aplicação devo fazer desse sermão para o benefício de minha própria alma"?

Ao engajar-se na tarefa da oração, ao participar da Ceia do Senhor ou de qualquer outra atividade na adoração divina, venha a Cristo do mesmo modo que Maria Madalena (Lc 7.37-38). Venha, prostre-se aos pés dEle e beije-os, e derrame sobre eles o doce e perfumado ungüento do amor a Deus, que procede de um coração puro e quebrantado, assim como ela derramou o precioso ungüento puro de seu vaso de alabastro.

Quando a prática da graça diminuir e a corrupção prevalecer e, por causa disso, o medo a dominar, não queira expulsar o medo por qualquer outro meio que não seja pelo avivamento e pela dominância do amor em seu coração. Por meio desse amor, o medo será forçado a ir embora, do mesmo modo como as trevas de uma sala desvanecem quando penetram nela os agradáveis raios de sol.

Ande com Deus em seu caminho, e siga a Cristo como se fosse uma criança pequena, desprotegida e desamparada. Segure na mão de Cristo, mantendo os seus olhos nas marcas e nas chagas de Suas mãos e de seu lado, de onde saiu o sangue que lhe purifica do pecado, e cubra a sua nudez debaixo das abas brancas e resplandecentes de Suas vestes de justiça.


Extraído de God's Call to Young People (reeditado por Soli Deo Glória)


Jonathan Edwards nasceu em East Windsor, Connecticut, EUA, sendo seu pai um ministro do evangelho que militou na Igreja Congregacional. Criado em um lar evangélico, isto o estimulou sobremaneira desde o início de sua vida a um grande fervor espiritual, tendo já desde a meninice grande preocupação com a obra de Deus e com a salvação de almas.

Ele começou a estudar o latim aos seis anos de idade e aos treze já era fluente também em grego e hebraico. Com dez anos escreveu um ensaio sobre a imortalidade da alma e aos onze, escreveu um excelente texto sobre as aranhas voadoras. Em 1716, quando tinha apenas treze anos, ingressou na Universidade de Yale,de fundação dos Puritanos emNew Haven, e em 1720 obteve o bacharelado, iniciando em seguida os seus estudos teológicos nesta mesma instituição, obtendo o mestrado em 1722. Em seguida, assumiu uma cadeira de professor assistente em Yale, cargo que ocupou por dois anos.

Após ser professor em Yale, sentiu o chamado para o ministério e pastoreou uma Igreja Presbiteriana em Nova York em 1722 (por um período de oito meses), em 1726, então aos 23 anos, assumiu o posto de segundo pastor na Igreja Congregacional de Northampton, Massachussetts; igreja esta que era pastoreada por seu avô Solomon Stoddard (1643-1729), e a segunda maior da região, com mais de seiscentos membros, o que era praticamente toda a população adulta daquela localidade.

Em julho de 1727 casou-se com Sarah Pierrepont, filha de James Pierrepont, pastor da Igreja de New Haven, e bisneta do primeiro prefeito de Nova Iorque, com quem teve 11 filhos, sendo que um deles foi pai do vice-presidente Aaron Burr.

Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan se tornou o pastor titular da Igreja Congregacional de Northampton, na qual cinco anos depois ocorreria um grande avivamento, entre 1734-35, chamado de O Grande Despertamento, que se iniciou entre os presbiterianos e luteranos na Pensilvânia e em Nova Jersey, e que teve seu apogeu por volta do ano de 1740, através do trabalho de George Whitefield. Foi nessa cidade que pregou seu sermão mais famoso: Pecadores nas Mãos de um Deus Irado.

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